quinta-feira, 19 de julho de 2012

Podem me dopar, me impedir de falar, mas eu ainda vou escrever


Levo fama de meio doida e isso assusta as pessoas é que eu não escondo quem eu sou, disfarço, finjo, mas meu olhar entrega tudo aquilo que me dói, dizem que penso demais, que me desespero a toa, mas eles não sabem o quanto meus pensamentos gritam aqui dentro da minha cabeça é um som tão agudo que chega a ensurdecer, me dá vontade de ir embora. Também tem aqueles que dizem que eu preciso de ajuda médica, eu acho engraçado quando dizem isso, eles querem me dar pílulas e injeções porque não conseguem lidar com a minha intensidade, querem me dopar, porque não aguentam a minha visão sobre a vida, o meu pavor os a assombram.
Ninguém compreende que o mundo inteirinho me dói de uma maneira absurda, então eu preciso sangrar por uma dor que seja só minha, eu preciso de endorfina para me lembrar que me corpo ainda sente alguma dor física e não só aquela dor interna que espreme os meus rins e parece estourar devagar as minhas veias. Ser taxada de maluca e todos os seus sinônimos é o preço que pago por me doar inteira ao medo, eu perco um pedaço de mim a cada esquina que eu dobro e se recompor é mas difícil do que parece.
Eu realmente não me importo se ninguém consegue entender, porque não suporto gente que finge me entender, mas que na verdade acha que eu não tenho jeito, eu não estou pedindo por cura nenhuma, pois os remédios e injeções podem até calar aquele grito de dentro da minha cabeça, mas não seriam capazes de tampar o buraco dentro do meu peito, eu também não quero que tampem pois ele já esta aqui faz tanto tempo, fui reinventando caminhos entre uma perca e outra e já não me importo com o oco em mim, é melhor a ausência do que o excesso. 

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