quarta-feira, 27 de junho de 2012

Eu parei e não tive forças para voltar


Eu parei com quase tudo. Parei com aquilo que me aliviava de todas as dores, aquilo que me permitia fugir para qualquer pedaçinho de papel; Escrever. Nenhuma linha fez falta para alguém nenhum. Parei de sair e abraçar pessoas, de rir ao ouvir uma historia e até de conversar. Parei de rabiscar as paredes, as capas dos cadernos, a escrivaninha. Dessa vez ninguém me deixou, eu me deixei, por algum motivo ou por motivo nenhum, parei comigo mesma. E diferente do que um dia fui, não consigo mais carregar todo o peso do mundo e esconder tudo com um sorriso. Sinto muito. Mas não consigo. Não faço mais nada além de ler livros, e não prestar atenção em nada, sem me importar se lá fora está sol ou chuva, se esta calor ou frio, sem dar conta de que é fim de semana e feriados. Sem ter vontade de fazer qualquer coisa para mudar ou apenas melhorar isso, porque a apesar de tudo eu não quero tornar as coisas diferentes, tenho medo do que eu posso encontrar la fora. Comecei a me sentindo um trapo, um lixo ambulante, uma morta viva, acho que essa é a palavra que melhor me define ''Morta Viva'', eu fui permitindo que partes de dentro de mim fossem mortas, é isso mesmo, você que me lê não deve saber o que é sentir essa coisa apodrecida, que a cada dia que passe consuma mais uma parte de mim, é como uma fatia de pão embolorado, você arranca o bolor e pensa que esta tudo bem, mas mesmo sem poder ver as toxicinas continuam a ali, tão fortes que são capazes de  a causar morte.

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